Debate sobre o poder da agricultura do Brasil e os desafios do setor no pós-pandemia marcam o 9º FÓRUM LIDE DE AGRONEGÓCIOS
O tema central Agronegócio: agenda estratégica, do 9º Fórum LIDE de Agronegócios, provocou a discussão sobre novos mercados, segurança jurídica, abertura comercial, tecnologia, meio ambiente, reforma tributária, infraestrutura e imagem do agro brasileiro. Realizado na sexta-feira (23/10), em São Paulo, em formato híbrido, com transmissão ao vivo pelas plataformas do LIDE Digital (APP LIDE ou pelo site www.lideglobal.com/forumlide), o fórum reuniu líderes do agronegócio, entre autoridades, empresários e especialistas.
Na abertura do fórum, estiveram presentes importantes autoridades, como o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Gustavo Junqueira; Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE; Celia Pompeia, vice-presidente executiva do Grupo Doria; Roberto Rodrigues, embaixador especial da FAO para o Cooperativismo e ex-ministro da Agricultura; e Mônika Bergamaschi, presidente do LIDE Agronegócios.
O debate de abertura reforçou a questão da boa performance do Agro durante a pandemia da Covid-19 e quais os desafios a serem encarados daqui para frente. Mônika Bergamaschi afirmou que a pandemia do novo coronavírus vem alterando a dinâmica dos países, o que impõe um olhar atento às oportunidades e ameaças e à necessidade de inovação. “Tivemos alavancagem do agro brasileiro que mostrou ótimo desempenho e resiliência. O fruto será mais desafiador: expandir mercados, aumentar
investimentos em logística, ampliar a competitividade e melhorar nossa imagem, ou melhor, a percepção sobre o agro num cenário que predomina a desinformação. Novo vai ter de ser o jeito de encarar essa agenda estratégica”, concluiu. Celia Pompéia ratificou essa visão e acrescentou que por este motivo, qualquer fato que acontece com o agro se torna expoente.
Planejamento de agenda estratégica
Por todos esses fatores expostos, o secretário Gustavo Junqueira defendeu o
planejamento de uma agenda estratégica do agro, tanto paulista quanto brasileira, como peça-chave para o fortalecimento do setor e a união dos empresários para melhorar o conceito sobre do agro em diferentes públicos.
“O agro tem grande potencial. Se impõe ao mundo como uma solução para a segurança alimentar mundial. A pandemia mostrou que podemos ser confiados e saímos em 2020, muito mais fortes que entramos. Temos de trabalhar na gestão do nosso sucesso. Temos de construir uma nova dinâmica, que chamo de diplomacia do agro. Não será na forma, no aumento de produção, mas em negociarmos o nosso espaço. O agro brasileiro é fruto do poder da determinação do empresário. É privado,
não governamental. Isso precisa ser muito claro. Portanto, a diplomacia do agro, a construção da imagem, não é apenas uma propaganda. Precisa ser construída desde o produtor rural, até o supermercado e os consumidores”.
O primeiro painel discutiu a Segurança dos Alimentos no Mercado Interno e Externo, com Victor do Prado, diretor do Conselho e do Comitê de Negociações Internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC); Marco Jank, professor sênior de Agronegócio Global do Insper e titular da Cátedra Luiz de Queiróz da Esalq-USP 2019; e Alexandre Mendonça de Barros, sócio-consultor da MB Agro. Victor enfatizou que a pandemia está longe de acabar e que a segurança alimentar é uma preocupação presente, porque nem todos têm o que comer. Mendonça de Barros lembrou que
vivemos uma crise sanitária e, historicamente, todas elas nasceram dos alimentos, da aproximação com animais. E alertou: “A China nunca mais será a mesma. Terá um padrão sanitário mais elevado. Seremos desafiados a dar respostas diante de um aumento de produção”.
Segurança Jurídica no Agro foi o tema do painel 2, com participação de Roberto Brant, presidente do Instituto CNA; e Ives Gandra Martins, jurista. Gandra afirmou que o STF não conseguiu até hoje dar segurança jurídica em conceitos da constituição de 1967 e teme que as PECs que estão em tramitação no Congresso Nacional não resolvam a questão tributária, pelo contrário, acredita que podem manter toda a complexidade do sistema atual com agregando alguns fatores novos.
O painel 3 tratou da Infraestrutura para o Agro Brasileiro com apresentações de André Santin, diretor LATAM de Agronegócios da Sices Solar; e Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo; e players do setor. “O gás é a energia de transição. Temos 25 anos de oportunidade de usar o gás. Ele traz benefícios e ganhos para a indústria. Temos um processo de concessão, lei de mercado livre e
estamos investindo em estímulos para termos um terminal de GNL e independência na compra da molécula. O GNL vem para termos concorrência e preço competitivo para a indústria”, Penido, ao defender o equilíbrio da matriz energética.
No último painel, A Imagem do agro, Camila Telles, empresária e defensora do agro; Marcos Fava Neves, professor titular da FEA/USP; e Jacyr Costa Filho, diretor para a Região Brasil da Tereos. Os destaques foram a comunicação e imagem do agronegócio interna e externamente, principalmente nas redes sociais, que têm grande impacto nas novas gerações. Todos concordaram que o agronegócio não pode ser vendido como vilão e que é preciso união e planejamento para vencer a guerra de
narrativas em torno do Agro. “Temos que lutar contra a desinformação com uma linguagem simples e de fácil compreensão.”, afirmou Camila.
Sobre o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em diversos países. O LIDE debate o fortalecimento da livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social, assim como a defesa dos princípios éticos de governança corporativa no setor público e privado.
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